quinta-feira, 30 de junho de 2011


Iporanga na era da informação

Estamos mais do que nunca vivendo a era da comunicação e da informação, por isso é bom ter acesso a estes recursos e procurar melhorar cada vez mais neste quesito. A informação apresenta-se as vezes de uma maneira simples, mas sem perder sua importância, como pude observar esta semana no Posto Avenida, que está localizado no final da avenida Iporanga que antigamente era o "final da reta", e onde em alguns dias retorno de minhas pequenas caminhadas, mas não sem antes jogar um pouco de conversa fora num bate papo desinteressado com os funcionários ou alguma pessoa que esteja naquele local.

O cruzamento rua da Saudade com avenida Iporanga no coração da cidade, em um domingo de manhã, está para Iporanga assim como o cruzamento das avenidas São João e Ipiranga está para Sâo Paulo.

Em um destes momento, quando eu conversava com o Ronaldo (Boi) surgiu um senhor que saiu de um carro da telefônica em busca de uma informação, perguntando por uma rua e o nome de uma pessoa residente no bairro Bonito em Iporanga, onde instalaria uma linha telefônica. Imediatamente rebatemos dizendo: aqui em Iporanga não existe esta rua, nem esta pessoa e muito menos um bairro conhecido por Bonito. E digo mais por incrível que pareça, por coincidência, a menos de uma semana, outro técnico da telefônica, quase neste mesmo local surgiu com a mesma ordem de serviços e em mais uma coincidência o Ronaldo estava presente e nós respondemos que nas famílias de Iporanga nos últimos duzentos anos não havia ninguém com esse nome e tão pouco falou-se um dia em um bairro com esse nome de Bonito dentro dos limites de todo o município, aliás aqui todos os bairros são bonitos. Resumindo aconselhamos a procurar em Barra do Turvo ou se informar melhor na coordenação que programou a tarefa. Ouvimos a conversa do técnico falando ao celular com a tal pessoa para quem a linha seria instalada, que deu como referência o supermercado Extra e o Autródomo em Interlagos São Paulo, onde existe o bairro (provavelmente feio, mas denominado Bonito) e o bairro Iporanga. E como diria o Carlinhos Tanasio "errou feio" e quem paga a conta do prejuízo? Faltou comunicação. Depois de esclarecida a dúvida o tal técnico ligou para sua chefia e pediu para retornar à base, no que foi atendido e se foi. Essas ocorrências como esta relatada nesta postagem tornou-se hoje em dia uma coisa corriqueira, pois com o surgimento da Internet e as lojas virtuais, qualquer pessoa que tem um computador conectado na rede mundial e possui um cartão de crédito, faz suas compras pela net com entregas a domicílio tarefa geralmente realizada por transportadoras usando veículos pequenos ou caminhonetes baú. Então como no caso relatado eles trazem em uma prancheta a nota com o nome do cliente, a rua, o bairro, a cidade, etc, o problema é que só algumas das ruas antigas tem placas com os nomes e acontece as vezes do entregador estar perguntando por uma rua em que ele está estacionado, mas que não tem o a placa com o nome, geralmente quando somos consultados sobre muitas ruas que geralmente não sabemos onde fica identificamos o local da residência pelo nome ou sobrenome do cliente. Por essa razão e possível que a administração já esteja preocupada com esse problema, tendo em mãos algum projeto de emenda na buscar recursos para sinalização e nome dos logradouros. Algumas ruas antigas ostentam ainda placas com o nome de seus antigos e ilustres moradores, vultos da nossa política e da história da cidade. Por exemplo a rua Pedro Silva, onde residiu no local onde hoje sua bisneta Dona Dadam habita com seus 96 anos de idade, o Sr. Pedro da Silva Pereira. A rua Carlos Nunes, onde residiu o Sr. Carlos Diogo Nunes na casa onde ainda via quando era criança a segunda esposa do fidalgo, a centenária Nhá Coca sentada em uma cadeira á porta. A rua Coronel Descio, onde residiu o professor e Coronel Raphael Descio, filho caçula do Napolitano Dom Raphael Descio, na casa onde habitou por último dos Descio o Sr. Celso Descio, a Praça Luiz Nestlhener onde estava o estabelecimento comercial deste ilustre Austríaco conhecido por Luiz Alemão e também a praça Honório Corrêa , onde residiu e teve comércio o Sr. Honório Henriques Corrêa e seu irmão João Henrique Corrêa, (João Caboclo e Honório Caboclo), durante quase todo o século passado. A praça Honório Corrêa tem dois modelos de placas uma que foi patrocinada por uma empresa particular e outra que eu mesmo mandei fazer em São Paulo. Esta placa tem uma história que começa no ano de 1993 após a morte do meu avó Honório Corrêa, o Manoel que foi prefeito, mas que nesta época ainda fazia parte da câmara, aprovou numa votação a mudança do nome de praça da Bandeira para Honório Corrêa e na época, quando o Manoel entrou na prefeitura para ocupar o cargo máximo, eu fui até uma empresa especializada em placas do gênero e mandei fazer três placas azuis padrão com o novo nome do logradouro, custou caro paguei do meu bolso, entreguei com a nota fiscal para minha mãe que passou para a prefeitura, mas passaram-se meses anos e as placas nunca foram colocadas, até que um dia uma delas foi encontrada jogada dentro de um bueiro, suja de barro, e entregue para minha mãe. Eu lavei a placa peguei um martelo e uns pregos e preguei na parede da casa do Batista (Balaio) ao lado do posto da PM, na praça, onde está até hoje.

A única que restou das três placas que vieram comigo de São Paulo.

Continuando a falar das placas e nomes de ruas de nomes que merecem um grande ponto de interrogação por exemplo Barão de Itaúna, o que este personagem tem a ver com Iporanga, será que ele trouxe algum recurso ou visitou a cidade? Quem poderá responder? O mesmo se aplica a um caso mais recente como a rua Barão de Jundiaí, por que não deram o nome de Barão de Iporanga, ou Barão de Iguape, nobres que se identificam mais com a cidade e a região. Tem a rua da Saudade nome mórbido e pouco criativo de uma via no coração da cidade. Existe em Carapicuíba, São Paulo, uma grande avenida, maior do que Iporanga com todos os seus habitantes e com arrecadação algumas vezes mais do que a de nossa cidade, avenida cujo nome é Nuno Mendes Torres, procurei a fonte para saber quem era o homenageado e descobri que se tratava de um dos ilustres bandeirantes que recebeu esta honra por se tratar de ser um dos fundadores de uma das etapas da cidade de Iporanga, enquanto por aqui não existe nem uma viela com o nome de Bernardo de Moura Prado, fundador desta nova e velha vila que está debaixo de nossos pés. A questão da sinalização também tem causado alguns transtornos, principalmente para turistas e visitantes diversos, pois além de faltarem placas de trânsito, faltam também placas de orientação viária quem fica sentado durante final de feriado em frente o quiosque do Dony, já viu muitos daqueles grandes ônibus de turismo seguir rumo à estrada do ribeirão e passagem, isso quando não descem a ladeira estreita rumo à rua Pedro Silva e ficam entalado próximo da praça Luiz Nestlhener, de onde voltavam disparando xingação para todos os lados, diante disto alguns populares já tentaram fazer placas para o local mas sem êxito devido à qualidade das mesmas e ao local escolhido, uma delas o Gordo colocou numa árvore chapéu de Sol, em frente ao Dony, que foi arrancada aos pedaços por caminhões baú, outra o Zé da Hora colocou em seu estabelecimento depois da entrada que conduzia os motoristas para ruas de ladeira da outra
quadra, e por fim ficou sem nenhuma placa.

Foto antes das mudanças no "point" alaranjado Mc Dony.


Um dia eu tirei fotos daquele cruzamento para fazer um pequeno projeto e passar para a câmara ou o executivo, mas achei que poderia ser mal compreendido, desisti da idéia e guardei as fotos. Pensei em pegar uma placa velha que estava atrás do muro do prédio da saúde e reaproveitar para fazer uma placa nova onde estivesse escrito legível os destinos Eldorado, BR 116 e São Paulo, mas para isso precisava falar com o prefeito que é meu amigo e patrão para que ficasse informado e me desse uma autorização verbal pelo menos. Para surpresa minha e de todos outro dia vimos chegar na cidade uma destas empresas que fazem aquelas placas com nomes de ruas colocadas em pequenos postes de cano de ferro nas esquinas com uma publicidade acima, observei eles colocarem uma plaqueta pequena com diversos nomes e comentei com o instalador que a placa era muito pequena e com muitos caracteres o que tornaria os nomes ainda menores e impossível de ser lido por alguém normal com um veículo em movimento, lamentei como cidadão e questionei com uma funcionária do turismo, minha amiga, a respeito dizendo que as placas infelizmente eram do tamanho de uma folha de caderno e com muito texto, que pena que não são um pouquinho maior, ela quase me bateu, falou vai dizer pro Gulu. Eu respondi não vi o Gulu se o tivesse visto faria o mesmo comentário.

Placa "folha de caderno". A placa legível, indicando a comarca de Apiaí eu escrevi e acrescentei ao conjunto.


Depois no Dony um amigo comentou é melhor estas plaquetas do que nada, então eu disse:nós não podemos assumir esta postura, pois e melhor nada do que uma coisa paliativa, se você aceita uma coisa imperfeita você vai conviver com ela para sempre e se você não tem nada de repente pode pleitear ou receber uma coisa satisfatória, na praça Honório Corrêa uma empresa instalou umas luminárias lindas para ascender luz verde, mais o instalador colocou os postes desrespeitando qualquer regra de estética, ficando uma delas em frente ao monolítico em homenagem ao personagem que dá nome ao local e logo atrás do monumento colocou um monstrengo padrão onde seriam ligados cabos aéreos atravessando a praça para ligar nas luminárias que tinham ligação subterrânea, cheguei para almoçar quando um funcionário da empresa cavava o buraco para fincar o padrão e expressei minha opinião, faltou pouco para o camarada sair do buraco para brigar comigo, disse:você é o prefeito? Respondi: Não! Eu sou apenas da comunidade da praça e ele replicou: pois é, por isso que ninguém faz nada nestas cidades, é melhor não ter nada, nada está bom, era mais ou menos isso que o camarada expressou, depois disto veio o Plínio tentar resolver o problema, em seguida o engenheiro Vinícius e por último o projeto ficou mesmo meio abandonado. Não estamos tristes, pois temos esperança de que se algum dia ele for retomado poderá ser concluído melhor e de maneira correta. Mais tarde no Dony e encontrei o prefeito olhando a placa de dentro de sua pick-up, acompanhado pelo Magrão, o olhar do chefe do executivo para as plaquetas, era de reflexão. Não me aprofundei em comentário e falei: --Tem uma placa velha ali atrás do muro da saúde, você me autoriza reaproveitar a chapa e fazer uma placa para orientar os viajantes que vem das cavernas e de Apiaí, ele concordou subi o muro e peguei a placa, o cano de sustentação estava com o pé corroído pela oxidação causada por urina de cachorro, motivo pelo qual ela já havia caído a algum tempo, o Magrão se propôs a arrumar um poste que ele dizia ter, ele também lixaria a placa para eu escrever os novos letreiros, de tudo isto, pelo menos ele cortou os parafusos enferrujados que prendiam a placa no suporte com a lixadeira e eu levei a placa no Barbudinho que lixou e pintou de branco, trouxe a chapa preparada para casa, e na minha calçada escrevi os letreiros com um lápis, uma régua de 20 cm e caneta hidrocor.


Esboço da placa feito com caneta hidrocor.

Depois empapelei, comprei uma latinha de esmalte verde folha, 15 reais e levei no Diminhas, que pintou toda a frente da placa com o revolver de pintura do Magrão. Depois de três dias estava seca a tinta , arranquei as fitas de vedação e a placa estava pronta. Comprei dois parafusos novos e fixei a placa no poste, com a ajuda do Deco e a alavanca do Nelson Lopes para fazer o buraco e mais 10 quilos de cimento 15 pás de areia e quatro de pedra fixamos o poste dentro de um tubo de PVC, anti-xixi de cães.

A placa ficou baixa e perigosa para pedestres, mas o Amauri resolveu o problema com uma extensão de madeira de lei. A placa ficou instalada na avenida Iporanga do outro lado da rua da saudade, com sete indicando para a direita, depois da rua, o que normalmente é o correto para quem sabe seguir sinalização, pois ninguém deve entrar numa via antes da placa, só depois dela, porém a maioria erra. A pergunta é a placa deve ser erroneamente colocada em cima da outra esquina para agradar os incautos, ou permanecer no local que está? O que é certo? Apesar de tudo isto, a boa notícia é que o Hélio me disse, que as plaquetas, folha de caderno, serão brevemente substituídas por outras maiores.

Painel eletrônico informativo da prefeitura.

É também importante lembrar, que melhor do que todas as tentativas, foi o painel eletrônico informativo, instalado pela prefeitura quase no mesmo local, ele obteve sucesso absoluto em sua atribuição, e com dois anos de instalado, agradou e caiu nas graças da população.

Ontem quando escrevi esta postagem mencionei com alegria o nome de Dona Dadam, ainda viva no alto de seus 96 anos, mas hoje, 01 de julho de 2011, é inevitável que eu acrescente esta nota triste lamentando falecimento de Dadam da Silva Pereira, ocorrido no mesmo endereço da rua Pedro Silva onde passou toda sua vida de mulher honesta e honrada, uma guerreira, por quase um século, ela que foi mãe para seus filhos, e referência para todos os Iporanguenses. Pessoa de muita fé, e católica fervorosa, nesta hora já está ocupando uma das muitas moradas, na casa do Pai, que está no céu(Jo. 14: 1-3).

2 comentários:

  1. Antonio Pedro Corrêa19 de julho de 2011 às 11:11

    Sr. Alberto!

    Parabéns pelo blog, podemos perceber quanto amor você tem por Iporanga,quanto interesse para que as coisas boas apareçam. Este interesse inesgotável de trazer tudo de Iporanga.A minha admiração pelo seu conhecimento, sabedoria, entusiamo e amor por Iporanga,cresce cada vez mais. Estou lendo as matérias e entrando no túnel do tempo.
    Abraços do seu primo Antonio Pedro Corrêa Toninho Itapetininga, SP

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  2. Boa primo, ainda vou escrever histórias do tio PICHINCHA. Aguarde!
    Abrçs.

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